11.11.08

Teorias da Aprendizagem

As teorias da aprendizagem que predominam nas tendências da educação contemporânea são aquelas desenvolvidas por Jean Piaget e as desenvolvidas por Vygotsky, porém muitas outras teorias encontram-se presente nas práticas educativas desde os primórdios.
Behaviorismo
Epistemologia Genética
Estágios de desenvolvimento
Estrutura e aprendizagem
Sócio-interacionismo
Zona de desenvolvimento proximal
Interacionismo e desenvolvimento

Behaviorismo
De acordo com o pensamento comportamentalista, o objeto de estudo da psicologia deve ser a interação entre o organismo e o ambiente. O comportamentalismo tem as suas raízes nos trabalhos pioneiros de Watson e Pavlov, mas a criação dos princípios e da teoria em si, foi da responsabilidade do psicólogo americano Burruhs Skinner (1953), que se tornou o representante mais importante da escola comportamental, ao descrever o condicionamento operante aquando da sua experiência do rato na caixa de Skinner. O condicionamento operante explica que quando um comportamento é seguido da apresentação de um reforço positivo, a freqüência deste comportamento aumenta. Os três postulados centrais do Behaviorismo são:
A Psicologia é a ciência do comportamento, e não a ciência da mente.
O comportamento pode ser descrito e explicado sem recorrer aos esquemas mentais ou aos esquemas psicológicos internos.
A fonte dos comportamentos os estímulos é externa, vinculada ao ambiente e não aos constructos mentais ou cognitivos.
Porém, Skinner não prevê unicamente a existência de reforços positivos, prevê também a existência de reforços negativos. Pode surgir como exemplo de reforço positivo, se o rato estiver na caixa e, por acaso, acionar uma a avanca, receberá queijo reforço positivo, se, por outro lado, ele estiver numa caixa cujo chão produz choques eléctricos e ele accionar a alavanca e os choques pararem reforço negativo. No primeiro caso, o comportamento verificar-se-á mais vezes, no segundo não. O que revelou que o comportamento também é influenciado pelo meio e pelos reforços em si.

Epistemologia Genética
A Epistemologia Genética é a teoria desenvolvida por Jean Piaget, e consiste numa combinação das teorias então existentes, o apriorismo e o empirismo. Piaget não acredita que todo o conhecimento seja, inerente ao próprio sujeito, como postula o apriorismo, nem que o conhecimento provenha totalmente das observações do meio que o cerca, como postula o empirismo.
Para Piaget, o conhecimento é gerado através de uma interação do sujeito com seu meio, a partir de estruturas existentes no sujeito. Assim sendo, a aquisição de conhecimentos depende tanto das estruturas cognitivas do sujeito como de sua relação com o objeto.

Estágios de desenvolvimento
Para Piaget, o desenvolvimento humano obedece certos estágios hierárquicos, que decorrem do nascimento até se consolidarem por volta dos 16 anos. A ordem destes estágios seria invariável e inevitável a todos os indivíduos.
Estágio sensório-motor ( do nascimento aos 2 anos) - a criança desenvolve um conjunto de "esquemas de ação" sobre o objeto, que lhe permitem construir um conhecimento físico da realidade. Nesta etapa desenvolve o conceito de permanência do objeto, constrói esquemas sensório-motores e é capaz de fazer imitações, construindo representações mentais cada vez mais complexas
Estágio pré-operatório (dos 2 aos 6 anos) - a criança inicia a construção da relação causa e efeito, bem como das simbolizações. É a chamada idade dos porquês e do faz-de-conta.
Estágio operatório-concreto (dos 7 aos 11 anos) - a criança começa a construir conceitos, através de estruturas lógicas, consolida a conservação de quantidade e constrói o conceito de número. Seu pensamento apesar de lógico, ainda está preso aos conceitos concretos, não fazendo ainda abstrações.
Estágio operatório-formal (dos 11 aos 16 anos) - fase em que o adolescente constrói o pensamento abstracto, conceitual, conseguindo ter em conta as hipóteses possíveis, os diferentes pontos de vista e sendo capaz de pensar cientificamente.

Estrutura e aprendizagem
Na concepção piagetiana, a aprendizagem só ocorre mediante a consolidação das estruturas de pensamento, portanto a aprendizagem sempre se dá após a consolidação do esquema que a suporta, da mesma forma a passagem de um estádio a outro estaria dependente da consolidação e superação do anterior.

Sócio-interacionismo
Os estudos de Vygotsky postulam uma dialética das interações com o outro e com o meio, como desencadeador do desenvolvimento. Para Vygotsky e seus colaboradores, o desenvolvimento é impulsionado pela linguagem. Eles acreditam que a estrutura dos estágios descrita por Piaget seja correta, porém diferem na concepção de sua dinâmica evolutiva. Enquanto Piaget defende que a estruturação do organismo precede o desenvolvimento, para Vygotsky é o próprio processo de aprender que gera e promove o desenvolvimento das estruturas mentais superiores.

Zona de desenvolvimento proximal
Um ponto central da teoria vygotskyana é o conceito de ZDP, que afirma que a aprendizagem acontece no intervalo entre o conhecimento real e o conhecimento potencial. Em outras palavras, a ZDP é a distância existente entre o que o sujeito já sabe e aquilo que ele tem potencialidade de aprender. Seria neste campo que a educação atuaria, estimulando a aquisição do potencial, partindo do conhecimento da ZDP do aprendiz, para assim intervir. O conhecimento potencial, ao ser alcançado, passa a ser o conhecimento real e a ZDP redefinida a partir do que seria o novo potencial.

Interacionismo e desenvolvimento
Nessa concepção, as interações têm um papel crucial e determinante. Para definir o conhecimento real, Vygotsky sugere que se avalie o que o sujeito é capaz de fazer sozinho, e o potencial, aquilo que ele consegue fazer com ajuda de outro sujeito. Assim, determina-se a ZDP e o nível de riqueza e diversidade das interações determinará o potencial atingido. Quanto mais ricas as interações, maior e mais sofisticado será o desenvolvimento.

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