28.2.09

Trabalhando a educação preventiva na escola


A disciplina tem sido alvo de preocupação nas instituições escolares e no ambiente familiar.

Colocada de forma polêmica na mídia, a disciplina ou a sensação da ausência dessa em jovens e crianças, infelizmente é decorrente de problemas associados a drogas, sexo irresponsável, família desestruturada, entre outros.
Com a finalidade de trabalhar a educação preventiva com as crianças, algumas questões devem ser refletidas e colocadas em prática.

Primeiramente, a educação preventiva visa estabelecer valores de forma consciente e planejada, desafio contemporâneo para pais e educadores que precisa ser assumido. Além disso, tal conduta levará crianças e jovens a adquirir noções significativas, como justiça, responsabilidade, autonomia, respeito a si e ao outro, influenciando na construção de uma sociedade melhor.

Tendo como pressuposto a importância dos pais e professores estarem atentos aos valores que transmitem, sejam eles através de atos ou palavras, algumas questões podem e devem ser abordadas pelos professores em conjunto com seus alunos e pelos pais com seus filhos nas relações familiares:

Postura dos pais e professores

• Ser coerente, ou seja, agir de acordo com os valores que estão sendo pregados;

• Ter consistência, no sentido de manter sempre as mesmas atitudes com relação aos fatos;

• Fazer promessas que possam ser viáveis e cumpridas, nunca fazer ameaças impossíveis de serem realizadas;

• Ao invés de aplicar punições arbitrárias ou recompensas, busque utilizar as conseqüências naturais dos atos para justificar certa atitude;

• Ser claro com o que se espera da criança, em vez de apenas dizer não.


Benefícios de trabalhar valores com o aluno


• Levar os alunos a pensar sobre a conseqüência de seus atos para si e para o grupo;

• Conhecer a capacidade dele e dos outros, tendo um autoconceito positivo, de forma que tornem tolerantes com a diversidade;

• Assegurarem seus direitos, sem perder de vista o coletivo;

• Serem críticos e questionem a legitimidade e a funcionalidade das regras, utilizando argumentos consistentes;

• Serem solidárias através de ações ou palavras;

• Serem persistentes, enfrentando suas dificuldades;

• Serem cooperativos, percebendo as necessidades do outro e os objetivos do grupo;

Trabalhar a educação preventiva com jovens e crianças trata-se de uma conduta nobre que pode enriquecer cada vez mais os valores na formação do indivíduo como um todo.

Educação compensatória


Castigos e recompensas: como devem ser inseridas na educação.


A educação compensatória, termo originado durante a Revolução Industrial, usada em geral na pré-escola e nas séries iniciais do ensino fundamental, segundo Duarte, é definida como "Conjunto de medidas políticas e pedagógicas visando compensar as deficiências físicas, afetivas, intelectuais e escolares das crianças das classes cultural, social e economicamente marginalizadas, a fim de que elas se preparem para um trabalho e tenham oportunidade de ascensão social”.

A educação compensatória passou a ser motivo de preocupação na sociedade, em especial por estar presente em escolas e famílias. Alunos e filhos muitas vezes passam a receber presentes ou agrados para cumprir as tarefas escolares e do dia-a-dia que deveriam ser feitas sem esse tipo de conduta.

Geralmente os pais se comportam dessa forma achando este é o caminho mais fácil para que seus filhos realizarem suas atividades rotineiras, os professores que dão continuidade muitas vezes em nome da instituição e do sistema, acabam por incentivar o comportamento competitivo, ao conferir recompensas àqueles que alcançam as metas estabelecidas.
Eis então uma questão a ser refletida por pais e educadores: Até que ponto esse tipo de prática pode prejudicar na formação da criança?

O que deve ser notável é a situação de competição que irá surgir nos indivíduos em ambos os casos. Na escola será entre os alunos, e em casa, entre irmãos ou com os próprios pais, tornando os principais ambientes de convivência da criança extremamente competitivos, visto que a tendência é enxergar todos como adversários.

A escola em parceria com a família deve repensar essa questão, pois à partir do momento em que não se pode depositar a confiança em uma pessoa para realizar algo, sendo a recompensa a única maneira de levá-lo a executar, surge então o cultivo da formação de um indivíduo sem moral. É fundamental que o indivíduo saiba o que deve fazer, mas principalmente porque está fazendo.

Desenvolver a consciência de que aprendendo a cuidar de si próprio, por entender ser o mais sensato e certo, é o que levará o indivíduo a se tornar independente, bem como viver em um mundo mais integrado e livre de disputas podendo ensinar e conseqüentemente aprender algo em relação ao próximo.

Por Elen Campos Caiado
Graduada em fonoaudiologia e Pedagogia
Equipe Brasil Escola

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