30.6.11

Atividades: Folcloreando















PRINCIPAIS LENDAS BRASILEIRAS
MULA SEM CABEÇA
Nos pequenos povoados ou cidades, onde existam casas rodeando uma igreja, em noites escuras, pode haver aparições da Mula-Sem-Cabeça. Também se alguém passar correndo diante de uma cruz à meia-noite, ela aparece. Dizem que é uma mulher que namorou um padre e foi amaldiçoada. Toda passagem de quinta para sexta feira ela vai numa encruzilhada e ali se transforma na besta.
Então, ela vai percorrer sete povoados, ao longo daquela noite, e se encontrar alguém chupa seus olhos, unhas e dedos. Apesar do nome, Mula-Sem-Cabeça, na verdade, de acordo com quem já a viu, ela aparece como um animal inteiro, forte, lançando fogo pelas narinas e boca, onde tem freios de ferro.
Nas noites que ela sai, ouve-se seu galope, acompanhado de longos relinchos. Às vezes, parece chorar como se fosse uma pessoa. Ao ver a Mula,deve-se deitar de bruços no chão e esconder Unhas e Dentes para não ser atacado.
Se alguém, com muita coragem, tirar os freios de sua boca, o encanto será desfeito e a Mula-Sem-Cabeça, voltará a ser gente, ficando livre da maldição que a castiga, para sempre.

CURUPIRA
É um Mito do Brasil que os índios já conheciam desde a época do descobrimento. Índios e Jesuítas o chamavam de Caiçara, o protetor da caça e das matas.
É um anão de Cabelos Vermelhos com Pelo e Dentes verdes. Como protetor das Árvores e dos Animais, costuma punir o os agressores da Natureza e o caçador que mate por prazer. É muito poderoso e forte.
Seus pés voltados para trás serve para despistar os caçadores, deixando-os sempre a seguir rastros falsos. Quem o vê, perde totalmente o rumo, e não sabe mais achar o caminho de volta. É impossível capturá-lo. Para atrair suas vítimas, ele, às vezes chama as pessoas com gritos que imitam a voz humana. É também chamado de Pai ou Mãe-do-Mato, Curupira e Caapora. Para os Índios Guaranis ele é o Demômio da Floresta. Às vezes é visto montando um Porco do Mato.
Uma carta do Padre Anchieta datada de 1560, dizia: "Aqui há certos demônios, a que os índios chamam Curupira, que os atacam muitas vezes no mato, dando-lhes açoites e ferindo-os bastante". Os índios, para lhe agradar, deixavam nas clareiras, penas, esteiras e cobertores.
De acordo com a crença, ao entrar na mata, a pessoa deve levar um Rolo de Fumo para agradá-lo, no caso de cruzar com Ele.

LENDA DO BOITATÁ
Há muito tempo atrás , uma noite se prorrogou muito parecendo que nunca mais haveria luz do dia.Uma noite escura como breu, sem estrelas, sem vento, e sem barulho dos bichos da florestas ,um grande silêncio.
Os homens viveram dentro de casa, a comida começava a faltar, a lenha para manter o fogão a cesso começava a faltar, os braseiros se apagando e era preciso poupar a lenha..
Naquela escuridão fechada era impossível, até para os mais experientes dos homens criados na floresta conseguir caminhar por ela.
A noite seguia sem ir embora.Na escuridão não se ouvia nada apenas um único canto ainda resistia era só o do Quero-Quero(espécie de Gavião),que de vez em quando cantava.Fora este pássaro, o silêncio predominava na aquela noite sem fim.
Os dias passando e começou a chover muito, os campos foram sendo inundados , as lagoas não mais suportavam a capacidade de água e transbordaram inundando tudo, apenas uma pequenas coroas(pequena porção de arreia que permanece no rio, semelhante a uma ilha)restaram .Muitos animais foram morrendo.
E uma grande cobra que vivia em repouso despertou, com fome, e passou a se alimentar dos olhos animais mortos,e a água foi baixando,e a cada hora mais olhos a cobra grande comia.
E a cada olho que a cobra comia ficava com um pouco da luz do ultimo dia que os bichos tinham visto no último dia de sol, antes da noite grande que caiu.
E devido a tanta luz que tinha ingerido, o seu corpo foi ficando transparente.
A grande cobra já era vista e temida na região bem antes de se tornar a terrível boitatá, quando a virão depois do acontecimento da noite não a conheceram mais e julgando que era outra, chamam-na, desde então, de boitatá.E muitas vezes a boitatá rondou as rancheiras, faminta.
E os homens, por curiosos,e com bastante medo olhavam pasmados, para aquele grande serpente, transparente clareando por onde passava.
Com o passar de algum tempo, a grande cobra temida por todos a boitatá morreu de fraqueza, porque os olhos comidos encheram-lhe o corpo mas não lhe deram sustância.E foi então que a luz que estava presa escapou e o sol apareceu de novo,foi aparecendo devagar,primeiro clareando,sumindo as estrelas com o clarear, os raios foram a parecendo, em fim a bola de fogo surgiu no céu ,era o Sol que voltava a cumprir sua função de fazer o dia.

IARA
Iara é um ser, metade peixe, metade mulher, que vive nos rios. Esta Lenda é muito comum na região Amazônica. Segundo pesquisadores, esta lenda surgiu entre os indios e passou a fazer parte principalmente da vida das populações ribeirinhas, onde muitas dessas pessoas são descendentes de índios ou estão muito próximas da cultura indigena, passando a ser influênciadas direta ou indiretamente. Segundo a Lenda, as pessoas, principalmente homens, sempre eram atraidos pela beleza irresistível da Iara, uma linda india com cabelos longos pretos, corpo muito bonito, e com uma música mágica leva as pessoas para o fundo das águas, onde existe o seu reino.
Iara, álem de possuir um belo canto, também contava com a sua beleza, podendo ao sair da água
assumir a forma humana de uma mulher.

LOBISOMEM
Diz a lenda que quando uma mulher tem 7 filhas e o oitavo filho é homem, esse menino será um Lobisomem. Também o será, o filho de mulher amancebada com um Padre.
Sempre pálido, magro e orelhas compridas, o menino nasce normal. Porém, logo que ele completa 13 anos, a maldição começa.
Na primeira noite de terça ou sexta-feira, depois do aniversário, ele sai à noite e vai até um encruzilhada. Ali, no silêncio da noite, se transforma em Lobisomem pela primeira vez, e uiva para a lua.
Daí em diante, toda terça ou sexta-feira, ele corre pelas ruas ou estradas desertas com uma matilha de cachorros latindo atrás. Nessa noite, ele visita, 7 partes da região, 7 pátios de igreja, 7 vilas e 7 encruzilhadas. Por onde passa, açoita os cachorros e apaga as luzes das ruas e das casas, enquanto uiva de forma horripilante.
Antes do Sol nascer, quando o galo canta, o Lobisomem volta ao mesmo lugar de onde partiu e se transforma outra vez em homem. Quem estiver no caminho do Lobisomem, nessas noites, deve rezar três Ave-Marias para se proteger.
Para quebrar o encanto, é preciso chegar bem perto, sem que ele perceba, e bater forte em sua cabeça. Se uma gota de sangue do Lobisomem atingir a pessoa, ela também vira Lobisomem.

29.6.11


Folcloreando
Um pouco de história...



Wikipédia, a enciclopédia livre


Folclore é um gênero de cultura de origem popular, constituído pelos costumes e tradições populares transmitidos de geração em geração. Todos os povos possuem suas tradições, crendices e superstições, que se transmitem através de lendas, contos, provérbios, canções, danças, artesanatos, jogos, religiosidade, brincadeiras infantis, mitos, idiomas e dialetos característicos, adivinhações, festas e outras atividades culturais que nasceram e se desenvolveram com o povo. É comemorado no dia 22 de agosto.
A Carta do Folclore Brasileiro, em sintonia com as definições da UNESCO, declara que folclore é sinônimo de cultura popular e representa a identidade social de uma comunidade através de suas criações culturais, coletivas ou individuais, e é também uma parte essencial da cultura de cada nação.
Deve-se lembrar que o folclore não é um conhecimento cristalizado, embora se enraíze em tradições que podem ter grande antiguidade, mas transforma-se no contato entre culturas distintas, nas migrações, e através dos meios de comunicação onde se inclui recentemente a internet. Parte do trabalho cultural da UNESCO é orientar as comunidades no sentido de bem administrar sua herança folclórica, sabendo que o progresso e as mudanças que ele provoca podem tanto enriquecer uma cultura como destruí-la para sempre
O interesse pelo folclore nasceu entre o fim do século XVIII e o início do século XIX, quando estudiosos como os Irmãos Grimm e Herder iniciaram pesquisas sobre a poesia tradicional na Alemanha e "descobriu-se" a cultura popular como oposta à cultura erudita cultivada pelas elites e pelas instituições oficiais. Logo esse interesse se espalhou por outros países e se ampliou para o estudo de outras formas literárias, músicas, práticas religiosas e outros fatos chamados na época de "antiguidades populares". Neste início de sistematização os pesquisadores procuravam abordar a cultura popular através de métodos aplicados ao estudo da cultura erudita O termo folclore (folklore) é um neologismo que foi criado em 1846 pelo arqueólogo Ambrose Merton - pseudônimo de William John Thoms - e usado em uma carta endereçada à revista The Athenaeum, de Londres, onde os vocábulos da língua inglesa folk e lore (povo e saber) foram unidos, passando a ter o significado de saber tradicional de um povo. Esse termo passou a ser utilizado então para se referir às tradições, costumes e superstições das classes populares. Posteriormente, o termo passou a designar toda a cultura nascida principalmente nessas classes, dando ao folclore o status de história não escrita de um povo. Mesmo que o avanço da ciência e da tecnologia tenha levado ao descrédito muitas dessas tradições populares, a influência do pensamento positivista do século XIX contribuiu para dignificá-las, entendendo-as como elos em uma cadeia ininterrupta de saberes que deveria ser compreendida para se entender a sociedade moderna. Assim, com a conscientização de que a cultura popular poderia desaparecer devido ao novo modo de vida urbano, seu estudo se generalizou, ao mesmo tempo em que ela passou a ser usada como elemento principal em obras artísticas, despertando o sentimento nacionalista dos povos.
Depois de iniciar e frutificar na Europa, o estudo do folclore se estendeu ao Novo Mundo, chegando ao Brasil na segunda metade do século XIX através dos precursores Celso de Magalhães e Sílvio Romero, e aos Estados Unidos, onde William Wells Newell, Mark Twain, Rutherford Hayes e um grupo de outros eruditos e interessados fundaram em 1888 a American Folklore Society, que de imediato iniciou a publicação de um jornal que continua em atividade até hoje, o Journal of American Folklore. A contribuição dos folcloristas norte-americanos foi especialmente importante porque desde logo suas pesquisas foram apoiadas pelas universidades e adquiriram autonomia, definindo novas fronteiras metodológicas e lançando as bases para a fundação do folclorismo como uma nova especialidade científica, paralela à Antropologia.

 O folclore na sociedade contemporânea

Atualmente o folclorismo está bem estabelecido e é reconhecido como uma ciência, a ponto de tornar seu objeto, a cultura popular ou folclore, instrumento de educação nas escolas e um bem protegido genericamente pela UNESCO e especificamente por muitos países, que inseriram muitos de seus elementos constituintes em seus elencos de bens de patrimônio histórico e artístico a serem protegidos e fomentados.
Considera-se hoje o folclorismo um ramo das
Ciências Sociais e Humanas, e seu estudo deve ser feito de acordo com a metodologia
própria dessas ciências. Como parte da cultura de uma nação, o folclore deve ter o mesmo direito de acesso aos incentivos públicos e privados concedidos às outras manifestações culturais e científicas. Segundo Von Gennep,

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o folclore não é, como se pensa, uma simples coleção de fatos disparatados e mais ou menos curiosos e divertidos; é uma ciência sintética que se ocupa especialmente dos camponeses e da vida rural e daquilo que ainda subsiste de tradicional nos meios industriais e urbanos. O folclore liga-se, assim, à economia política, à história das instituições, à do direito, à da arte, à tecnologia, etc, sem entretanto confundir-se com estas disciplinas que estudam os fatos em si mesmos de preferência à sua reação sobre os meios nos quais evoluem..
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Apesar de existir uma metodologia específica para o estudo contemporâneo do folclore, já existe a consciência de que o impacto dos novos meios de comunicação sobre as culturas, populares ou eruditas, está a exigir uma reformulação nos conceitos e sistemas de análise. Já não são raros os elementos do povo que usam gravadores, câmeras de vídeo, internet ou outros meios de alta tecnologia para o registro e difusão das manifestações folclóricas, tornando a delimitação do campo de estudo e a caracterização do fato folclórico cada vez mais difíceis. Roberto Benjamin, presidente da Comissão Nacional de Folclore do Brasil em 2001, declarou que :
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um outro processo a merecer atenção é o da espetaculização das manifestações folclóricas pela pressão dos meios de comunicação de massa e do turismo. Algumas das manifestações tradicionais guardam a natureza de espetáculos, que têm sido levados à exacerbação, convertendo-se em produto da cultura de massas. O exemplo mais evidente é o do boi-bumbá de Parintins. Preocupante, porém, é o caso de manifestações de natureza ritual, reservadas aos membros de comunidades religiosas, que por seu exotismo estão sendo cooptadas para converter-se em eventos de massa. É o caso das panelas-de-Iemanjá, convertidas em festivais para turistas. Diante desse quadro, torna-se necessária uma nova postura liberada dos preconceitos etnocêntricos, a reciclagem das técnicas de pesquisa em trabalho interdisciplinar com a incorporação das contribuições renovadas das ciências humanas e das ciências da linguagem, o uso de novas tecnologias e equipamentos disponíveis".
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 Características do fato folclórico

Para se determinar se um fato é folclórico, segundo a UNESCO, ele deve apresentar as seguintes características: tradicionalidade, dinamicidade, funcionalidade e aceitação coletiva.
  • Tradicionalidade, a partir de sua transmissão geracional, entendida como uma continuidade, onde os fatos novos se inserem sem ruptura com o passado, e se constroem sobre esse passado.
  • Dinamicidade, ou seja, sua feição mutável, ainda que baseada na tradição.
  • Funcionalidade, existindo uma razão para o fato acontecer e não constituindo um dado isolado, e sim inserido em um contexto dinâmico e vivo.
  • Aceitação coletiva: deve ser uma prática generalizada, implicando uma identificação coletiva com o fato, mesmo que ele derive das elites. Esse critério não leva em conta o anonimato que muitas vezes caracteriza o fato folclórico e tem sido considerado um indicador de autenticidade, pois mesmo se houver autor, desde que o fato seja absorvido pela cultura popular, ainda deve ser considerado folclórico. Um exemplo disso é a literatura de cordel brasileira, geralmente com autoria definida, mas tida como elemento genuíno da cultura popular.
Pode-se acrescentar a esses o critério da espontaneidade, já que o fato folclórico não nasce de decretos governamentais nem dentro de laboratórios científicos; é antes uma criação surgida organicamente dentro do contexto maior da cultura de uma certa comunidade. Mesmo assim, em muitos locais já estão sendo feitos esforços por parte de grupos e instituições oficiais no sentido de se recriar inteiramente, nos dias de hoje, fatos folclóricos já desaparecidos, o que deve ser encarado com reserva, dado o perigo de falsificação do fato folclórico. Também deve ser regional, ou seja, localizado, típico de uma dada comunidade ou cultura, ainda que similares possam ser encontrados em países distantes, quando serão analisados como derivação ou variante.

 Personagens folclóricos


Lobisomem


Lenda da Mandioca


                                                      Negrinho do pastoreio


Mula - sem - cabeça


     
  Saci Pererê
Sapucaia Oroca

Vitória régia



 Boto

Curupira


Boitatá


Iara


Personagens para colorir
































5.2.11



Geometria
Ensinar Geometria é muito mais do que apresentar as diferentes formas geométricas à turma e mostrar seus nomes e características. Para que os alunos desenvolvam o pensamento geométrico, é preciso que entrem no jogo dedutivo. Cabe a você propor atividades desafiadoras, que explorem a capacidade de planejar e antecipar a solução de problemas. NOVA ESCOLA.


Exploração dos espaços na pré-escola
Explorar os espaços com a ajuda de cadeiras, pneus, colchões e mapas é o primeiro passo para se relacionar com as formas que estão à nossa volta.

Ensinar noções básicas de matemática e geometria fica muito mais fácil quando se sabe aproveitar a curiosidade natural de crianças em idade pré-escolar. Um dos conteúdos previstos no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil é o trabalho com forma e espaço, ou seja, mostrar que os objetos têm formatos próprios (círculos, quadrados etc.) e que é possível mostrar lugares (como a sala, a escola e as ruas do bairro) na forma de desenho. Caminhos percorridos de um ponto a outro, como um circuito de obstáculos, e a representação oral e gráfica desses percursos, com mapas artesanais, são bons exemplos de como fazer isso. "Um trabalho intencional com a matemática contribui para elaborar e sistematizar esses novos conhecimentos", diz a consultora Priscila Monteiro.

Nas Orientações Didáticas do Referencial Curricular, no que diz respeito ao desenvolvimento do conteúdo de espaço e forma, está previsto que as experiências ocorram, prioritariamente, na sua relação com o mundo à nossa volta - e não partindo da geometria propriamente dita. O texto ainda diz que o trabalho na Educação Infantil deve apresentar desafios para a turma. Ações como construir e deslocar-se são tão importantes quanto o registro dessas mesmas ações. O objetivo é levar a garotada a adquirir um controle maior sobre seus atos, de forma a permitir que problemas de natureza espacial possam ser resolvidos, potencializando o desenvolvimento do pensamento geométrico, mesmo que ainda não seja a hora de utilizar essa nomenclatura.

Brincadeira com conteúdo
A professora Regina Lúcia de Miranda Conceição, de Osasco, na Grande São Paulo, desenvolveu com sua classe de 5 anos algumas atividades de percurso durante dois meses. "Para coordenar as informações que percebem do espaço, as crianças precisam ter oportunidade de observar essas informações, descrever e representá-las." Ela conta que, há alguns anos, fazia essa tarefa sem a preocupação com conteúdos, só como uma brincadeira mesmo. Com o passar do tempo, percebeu que, além da coordenação motora e do esquema corporal necessários para equilibrar-se, rolar, andar agachado, arrastar e pular, é possível levar os pequenos a evoluir para a percepção de deslocamentos de um local para outro, construindo a noção de ponto de referência.

Foto: Daniel Aratangy
O ponto de partida pode ser uma roda de conversa, para explicar o que é um percurso. Em seguida, o ideal é levar a meninada ao local onde a atividade será realizada (seja o pátio da escola, seja um parque próximo). Nesse momento, cada criança deve ter a chance de apresentar como ela acredita ser possível fazer a trilha, usando os materiais disponíveis: cadeiras, pneus, colchões, mesas, latas, cabos de vassoura e outros objetos do cotidiano. O grande barato é que todos participam da brincadeira e avançam coletivamente na construção do conhecimento. Em seguida, cabe a você mostrar como representar graficamente o trajeto desenvolvido pelo grupo. Todos vão adorar esse exercício de transposição do real para o desenho no papel.

Mais complexo e aprofundado é o trabalho com deslocamentos - da escola para casa ou até outro local próximo. No princípio, dificilmente a turma conseguirá planejar esses trajetos (nem os mais simples). É necessário, então, deixar que todos se manifestem oralmente para contar como acreditam que se faz essa "viagem" mais longa. Aos poucos, dá para apresentar três situações distintas para a classe: o microespaço (dentro da própria escola), o mesoespaço (o que está em torno do prédio) e o macroespaço (distâncias maiores, como a que precisa ser feita até a casa das crianças, o que exige a compreensão do conceito de ponto de referência para poder criar um mapa que ajude qualquer outra pessoa a chegar corretamente ao destino).

Para Priscila Monteiro, o ensino tradicional de noções de geometria na Educação Infantil restringe-se à apresentação do nome das formas (triângulo, retângulo etc.) e suas propriedades, em vez de ajudar a turma a organizar sua relação com o espaço. "Daí a importância de explorar os deslocamentos reais que as crianças fazem e ensinar jeitos de representá-los."

É justamente aos 4 ou 5 anos que se constroem os conceitos espaciais. Isso se dá de forma progressiva: aprender a desviar de obstáculos, abaixar-se quando é necessário passar por baixo de alguma coisa, descobrir caminhos diferentes para chegar ao mesmo lugar e, finalmente, começar a compreender os trajetos que cada um percorre diariamente. O matemático francês Henri Poincaré (1854-1912) já dizia que "para um sujeito imóvel não há espaço nem geometria", o que ajuda a ressaltar a importância do movimento nessa fase do desenvolvimento infantil.

O tesouro do conhecimento

Conhecer a vizinhança por meio de um mapa do tesouro. Foi assim que a professora Denise Ziviani apresentou os conteúdos de proximidade, posição, lateralidade, deslocamento e representação de espaços para sua turma de 4 e 5 anos da Escola Anjo da Guarda, em Curitiba. O projeto durou um semestre inteiro e o interesse da garotada por histórias de tesouros secretos garantiu a participação de todos.

A classe foi dividida em dois grupos de 9 crianças. Cada grupo montou um "tesouro": fotos (recortadas de revistas) de jóias e relógios. Tudo foi colocado dentro de uma caixa, que a garotada escondeu antes de desenhar o mapa. "Falamos sobre os pontos principais do trajeto que deveria ser feito desde a sala até o esconderijo e dei algumas pistas de locais de referência", lembra Denise. O desafio era representar o trajeto de forma que o outro grupo encontrasse o tesouro. Em vez de se preocupar com os conceitos envolvidos nos mapas tradicionais, as crianças desenharam o passo-a-passo de olho no trajeto real e nas relações de vizinhança.

Mapa da vizinhança
Um estágio mais avançado é o da construção de mapas. Na Educação Infantil, é comum trabalhar as noções de vizinhança: o entorno da escola, os caminhos feitos pelo grupo regularmente e assim por diante. O desenho gráfico na forma de mapa é considerado uma representação intermediária, pois se coloca entre o enunciado oral (a descrição que as crianças fazem do trajeto) e a solução concreta do problema (um mapa de verdade, com escala e referências objetivas).

Nessa fase, a intervenção do professor deve ser ainda maior no momento da produção do material, pois a representação dos lugares no mapa, levando em conta a posição deles, é algo complexo para essa faixa etária. Assim, é preciso criar outras referências que façam sentido, como "a casa do fulano" ou "aquela praça grande". Em Curitiba, a professora Denise Ziviani conseguiu fazer a garotada desenhar um "mapa do tesouro" para indicar aos colegas como chegar a um lugar previamente definido. Com iniciativas assim, a classe compreende que a produção gráfica (na confecção do mapa), a interpretação (na leitura) e os ajustes necessários (caso alguma informação não esteja clara) são fundamentais. No futuro, o estudo da geometria ficará mais fácil.

Da creche para as ruas
A turma faz o percurso no pátio da escola (à esq.) e ilustra o exercício no papel (dir.): representação de espaços reais. Fotos: Daniel AratangyExplorar percursos dentro do ambiente escolar é uma atividade comum na Creche Associação das Mães Unidas do Novo Osasco, em Osasco (SP). A professora Regina Lúcia de Miranda Conceição conta que antes mesmo dos 3 anos os pequenos se divertem nos túneis e nas trilhas feitos com mesas, pneus, cadeiras, cordas, panos, caixas de papelão e pedaços de plástico. Mas que isso não impede de realizar brincadeiras semelhantes na pré-escola. Ao contrário. Segundo ela, é perfeitamente possível aperfeiçoar os movimentos de andar sobre um trajeto predeterminado, correr, equilibrar-se, agachar e pular. Neste ano, Regina começou criando percursos dentro do ambiente escolar, mas logo partiu para fora dos muros e levou a turma a representar o percurso da casa de cada criança à creche. "Pedi que todos observassem o caminho e prestassem atenção nos lugares por onde passavam diariamente", conta. "Eu perguntava: onde vocês costumam comprar pão? Como é essa padaria? Depois, cada um me explicou como vinha para a creche e como voltava para casa." A professora destaca que para alguns a noção espacial é bem maior do que para outros.

A maioria se guia pelas cores e por referências específicas. Por não saberem ler, os pequenos falam na "casa amarela", no "mercado azul", na "padaria do João", no "mercado da dona Maria" ou na "loja que vende doces". O trabalho permitiu explorar o conceito de lateralidade (direita e esquerda), que é relativamente complexo para as crianças dessa faixa etária. "Fiquei muito feliz de ver que vários já conseguem usar essa linguagem."


Como apresentar figuras tridimensionais aos pequenos
Desafios práticos que exijam ação e reflexão são o caminho certo para que os alunos aprendam as propriedades e os nomes das figuras.
Caixas retangulares, embalagens cilíndricas, objetos tridimensionais variados: sólidos geométricos estão presentes desde cedo na vida das crianças. Apesar disso, é um engano supor que elas vão adquirir conhecimento sobre eles apenas no dia-a-dia. Para desenvolver a habilidade de caracterizar e descrever as propriedades de cada uma dessas representações, é preciso apostar em um trabalho intencional, baseado em desafios práticos que levem a turma a agir (observando, construindo e descrevendo) e a refletir (antecipando e interpretando) sobre figuras e formas. É assim que se aprendem os conteúdos de Espaço e Forma desde a creche.

Explorando os sólidos
Na pré-escola, espera-se é que os pequenos compreendam as propriedades dos sólidos, testando seus limites e descobrindo o que podem fazer com cada um deles. Experimente, por exemplo, sugerir à turma que construa a torre mais alta possível com uma quantidade determinada de caixas de diferentes formatos (leia a sequência didática). Passada a ação, leve todos a refletir: quais são as embalagens que dão melhor sustentação? Como devem ser empilhadas: de pé ou deitadas? Por quê?

Nomear figuras, sim. Mas só para ajudar na comunicação

É a hora de fazer os pequenos avançarem, aproveitando um diferencial da faixa etária: a partir dos 4 anos, eles já começam a utilizar a linguagem, tanto a gráfica como a verbal, para aprimorar suas ações. Assim, um objeto a que eles antes se refeririam como "coisinha amarela" pode ganhar nomes mais específicos, com a utilização de um vocabulário mais específico: "bloco amarelo" ou, ainda, "caixa retangular amarela". Perceba que saber o nome correto dos sólidos é importante, mas apenas quando há uma necessidade concreta. Para resolver o problema da construção da torre, pode ser importante para uma criança pedir ao colega que pegue a caixa retangular em vez do cubo. Nesse caso, o tipo de pista exige a construção de uma nomenclatura específica para que possa ser mais bem compreendida.

"A nomeação da forma geométrica deve ocorrer quando ela ajudar a superar uma ineficiência da comunicação", explica Priscila Monteiro, coordenadora da formação em Matemática da prefeitura de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, e formadora do projeto Matemática É D+, da Fundação Victor Civita. Note que essa é uma postura bem diferente da adotada pelo ensino tradicional, que começa a abordar Espaço e Forma justamente pelo nome das figuras - e muitas vezes acaba se restringindo apenas a isso. "Já ouvi muitos professores dizerem que suas classes de pré-escola conheciam o vocabulário específico da geometria, mas que isso não ajudava a resolver problemas. Quando a nomenclatura é uma mera questão de memorização, as crianças não encontram sentido para esse conhecimento", completa Priscila. Desafiando a turma a agir e incentivando-a a explicar o que fez, é possível ir além.
Priscila Monteiro
Encontrei esse plano de aula maravilhoso na Revista Nova Escola, sobre a Biodiversidade... ele pode ser adaptado para os anos iniciais ...
Biodiversidade: Parte 5 - Formas sustentáveis de uso da biodiversidade

Objetivos
Conhecer a biodiversidade brasileira;
Identificar formas sustentáveis para sua utilização;
Compreender a importância do uso sustentável de recursos naturais;
Conhecer e analisar concepções de desenvolvimento sustentável;
Avaliar projetos e políticas públicas sobre o uso da biodiversidade.

Conteúdos
Biodiversidade; Desenvolvimento sustentável; Preservação e Conservação; Recursos Naturais; Usos sustentáveis da biodiversidade.

Anos
7º a 9º ano.

Tempo estimado
Cinco aulas.

Material necessário
Papel sulfite, lápis, borracha, cartolina, canetinhas;
Material de pesquisa: livros, revistas, textos e computador com acesso a internet.

Introdução
Esta sequência didática é a quinta de uma série de dez propostas sobre biodiversidade para Ensino Fundamental II. O conteúdo é produzido em parceria com o Planeta Sustentável. Confira ao lado as aulas que já estão disponíveis.

Desenvolvimento
1ª etapa
Distribua a cada aluno uma folha de papel sulfite e peça que a dobre ao meio duas vezes, fazendo o vinco, sem cortar. Em seguida, diga para abrir a folha e marcar o vinco a lápis. No retângulo superior esquerdo, o aluno deve escrever o nome de um produto que está usando no momento (lápis, caderno, roupa, tênis etc.). E no retângulo inferior esquerdo, deve listar os recursos utilizados para produção desse objeto.

Aproveite para conversar com a turma sobre o conceito de recurso natural. Use o texto abaixo para preparar a explicação.

Peça que cada aluno leia o nome do objeto escolhido e a lista de recursos que preparou. Em seguida, agrupe os estudantes que escolheram objetos semelhantes (Por exemplo: quem escolher lápis e caneta pode ser colocado no grupo do material escolar; quem escolher tênis, bota ou sandália pode fazer parte do grupo dos calçados, e assim por diante).

Peça que os alunos se reúnam nos novos grupos e definam um único objeto para trabalhar. (O grupo do material escolar, por exemplo, pode escolher um lápis; o do calçados, um tênis)

Proponha que os alunos anotem no quadrado superior direito o nome do objeto escolhido pelo grupo. Quem quiser pode desenhá-lo também. Peça, então, que os grupos discutam formas alternativas de produção do objeto e listem no retângulo inferior direito os recursos naturais renováveis que podem ser utilizados. Para ajudá-los na atividade, disponibilize alguns livros e revistas sobre o tema (veja sugestões ao final desta sequência). Caso a escola tenha laboratório de informática, a turma pode também pesquisar na internet.

Aproveite para discutir com a classe os conceitos de desenvolvimento sustentável e biodiversidade. Use como referência os seguintes trechos do texto abaixo.

Ao final peça para que cada grupo apresente a lista de recursos alternativos para a produção do objeto que escolheram.

2ª etapa
Proponha que os alunos assistam ao documentário A História das Coisas. O vídeo tem 20 minutos.

Quando terminar, discuta com os alunos as principais informações apresentadas no filme. Questione a turma se haveria alternativas ao modelo de desenvolvimento econômico atual, pautado no modo capitalista de produção. Pergunta à classe sobre soluções em que sejam, ao mesmo tempo, sustentáveis e economicamente viáveis.

3ª etapa
Peça que os alunos se dividam em grupos. Explique que esta etapa será dedicada a aprofundar os conhecimentos da turma sobre formas sustentáveis de uso da biodiversidade. Para tanto, cada grupo deve selecionar um recurso da biodiversidade e ir atrás de informações sobre alternativas para o uso sustentável dele. A escolha do tema da pesquisa deve ficar a critério dos alunos, eles podem escolher recursos já trabalhados em sala ou outros que lhes interessem.

A turma pode aproveitar o tempo da aula para começar a pesquisa, que deve ser finalizada na aula seguinte.

4ª etapa
Reserve uma aula para que os grupos terminem a pesquisa e discutam a melhor forma de apresentá-la aos colegas. Converse com os grupos para esclarecer as dúvidas e orientá-los sobre a apresentação.

5ª etapa
Organize a sala em uma roda de conversa para que cada grupo possa apresentar os resultados da sua pesquisa. Discuta-os coletivamente. Como atividade extra, proponha que a turma apresente os resultados do trabalho a toda a escola.

Sugestão de atividade extra
Caso existe alguma organização social que trabalhe com sustentabilidade próxima à escola, proponha uma visita ou convide um representante para conversar com os alunos. A troca de experiências é sempre enriquecedora.

Avaliação
Avalie o envolvimento da turma em todas as atividades, assim como a participação de cada aluno na pesquisa. O resultado final do trabalho será uma ótima oportunidade para avaliar o conhecimento dos alunos sobre o assunto estudado.

4.2.11

Dica super legal.....Portal do professor

Nossa gente, eu já sabia do Portal do professor e estava até nos meus favoritos, mais ainda não tinha olhado com atenção.
No mês de Janeiro, tive um tempinho e fui buscar umas atividades diferentes para aplicar na minha turma de 3º ano. Eu adorei os planos e projetos postados lá. São maravilhosos e tem de todas as disciplinas, conteúdos e anos. Gente, é muito bom mesmooooo.
Eu até adaptei o projeto de Leitura de textos variados, e já trabalhei nessa semana.
Têm vídeos, músicas e outras coisas joias.
Gente dê uma passadinha lá....vocês não vão se arrepender!!!!!

30.1.11

MURAIS PARA A SALA DE SALA 1

Esses murais foram feitos pela empresa emcbanners, para serem impressos em lona ou em qualquer outro material.
No ano de 2010 postei os meus murais feitos pela mesma empresa. Um trabalho de excelente qualidade, alta resolução e personalizado de acordo com o nosso tema ou gosto...
Vou postar depois umas fotos da minha sala de aula com meus murais que comprei no ano passado, para vocês verem como ficou um charme minha salinha.
Os alunos adoram a salinha decorada, além de ser um ambiente propício para aprender com mais criatividade.
Principais vantagens do mural em banner:
  1. Não perde a cor com facilidade;
  2. Não rasga;
  3. Não molha;
  4. Não cai da parede, pois basta um pequeno prego para fixar na parede;
  5. Podemos tirar e usar em outros ambientes e depois retorná lo no lugar;
  6. Podemos usá lo por mais anos, e colocar algum detalhe em eva ou papel de presente para dar um toque especial;
  7. É fácil de limpar, flanela e álcool;
  8. Cria um ambiente agradável.
Conheça outros trabalhos feitos pela empresa visitando o endereço abaixo:
emcbanners.blogspot.com